O fim de tarde, café e bolo queimado.

Nos últimos tempos tenho frequentado muitas cafeterias aqui em SP, tanto que pensei em montar um blog somente à respeito, mas tendo em vista que mal levo esse aqui, deixei a idéia meio de lado.

O mais legal em frequentar esses ambientes, passa justamente pela ideia de conforto e intimismo. Sempre fui muito fechado, famigerado esquisito, na boca dos familiares. Então me sinto em casa nesses lugares calmos e cheio de bebidas que esquentam o peito, independente da temperatura.

Gosto muito do “boom” que rolou com o café nos últimos dois ou três anos, métodos de extração, cuidados, grãos, apetrechos e a expansão da cultura de forma geral. Para o afegão médio o que mais importa são os grãos e métodos, mas em meu caso o interesse está no ritual, logo medir a temperatura, espessura da moagem, torra, tipo de grão, cuidados já hora da extração e tempo de infusão prendem muito a minha atenção.

Outro aspecto bem interessante passa justamente pela ideia de valorizar o produtor, principalmente aquele que produz pouco, mas com alta qualidade. Talvez esse interesse venha por conta de meu pai, que tem fazenda e se dedica incessantemente àquele lugar. Então é como se assuntos relacionados ao campo me transportassem para perto dele. Não sou nenhum especialista do mercado de café para analisar o efeito que a expansão da cultura de cafés especiais tem influenciado a vida dos pequenos produtores, mas venhamos e convenhamos, de forma geral esse movimento trouxe bons frutos para quem se dedica a cultura do grão.

Frequento uma cafeteria que possui um cheiro muito característico. Revirando minhas memórias afetivas cheguei a conclusão que é cheiro de massa muito chocolatuda, levemente queimada, tipo aquela das bordas da forma, especialmente nos cantos e que tem um cheiro maravilhoso. Quando morava com meus pais, esse era o cheiro que o bolo mesclado de minha mãe soltava no ar. Sempre por volta das 17hs, acompanhado de uma garrafa de café, à luz do sol que alcançava a mesa do fundo de casa.

Música Indie, atendentes e baristas ostentando suas tattoos, sofás aconchegantes, meia iluminação, xícaras divertidas, pinturas naa paredes, minimalismo, doces ruins, máquinas de expresso que parecem um Transformer, ruído de bicos vaporizadores, prateleiras com jarras da hario, filtros e afins, expressos tônica, expressos, ristrettos, coados, chemex, aeropress, sifão, café da casa, mesas comunitárias e etc.

Enfim, vou terminar meu ventura e me vou.

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Bee Gees, chuva e a marola alheia.

Choveu o dia inteiro aqui na cidade sem amor e logo no meu dia de folga.

Bem, acabei dormindo até bem mais tarde do que deveria, mas consegui sair a tempo de resolver minhas pendências mais urgentes, como banco, contas e etc. I. me lembrou que agora sou adulto e tenho que lidar com isso.

Passei o dia pensando em uma cafeteria que estava afim de conhecer durante esse dia de pseudo descanso. Acabei levando chuva por umas boas horas enquanto desenrolava o meu rolê, para no final de tudo o mirante da 9 de julho estar fechado. Que vacilo! Pra completar fiquei preso por um tempo de baixo do MASP, enquanto esperava a chuva acalmar.

Findou que chamei um carro naquele famoso app de viagens e acabei indo para o meu “plano b” do café. Daí que veio a vontade de escrever. O dia estava meio bosta, mas cheguei aqui, sentei do lado de fora, afinal estava muito cheio na parte interna e me pus a observar o movimento da rua e pedir cafezinhos.

Enquanto tomava café e observava as pessoas passarem, bem como uma senhora interiorana, um colega mandou uma versão incompleta de um cover de Tragedy, do Bee Gees, e pediu minha opinião. Confesso que adoro essa música, mas nunca parei pra analisar ela de forma fria. Eis que chegamos a conclusão de que provavelmente a única coisa que faltava para ficar perfeito era o vocal rasgado do refrão e pré refrão. Estou muito ansioso para ver a versão definitiva G. ainda mais se você conseguir elaborar aquela arte para ser o visual.

Debruçado sob o celular, discutindo Bee Gees, tomando café e vendo as pessoas, comecei a perceber um cheiro peculiar no ar. Era aquela marola característica de um belo finicólico sendo carbonizado. Não sei a quanto tempo estava recebendo esse tipo de influência, mas nesse momento estou me sentindo um pouco engraçado, afinal não sou acostumado com essas coisas. Talvez seja o excesso de cafeína ou qualquer outra coisa, mas que estou me sentindo engraçado, isso estou.

I. está dizendo para eu postar uma foto da face no instagram, porque segundo ela, o equilíbrio entre fotos de comida e de meu rosto, está desproporcional. O fato é que não sei como tirar fotos do rosto, admito.

Tô pensando se pego ao quarto café ou se daqui me vou. Pois bem, até mais.

Yaeji: te dedico.

 Tem dias que são feitos para serem vividos de forma mórbida.

Acompanhe comigo, hoje já rolou, preguiça, arrombamento de portão, nervosismo que me deixou com dor de cabeça, empurra empurra, chuva, café bom, ceviche ruim, lugarzinho comfy, bolo do caralho e o dia nem acabou. Ah, teve confirmação de um trampo que sempre sonhei.

Não estou sendo mal agradecido, até porque tenho pessoas maravilhosas ao meu lado, e posso afirmar que elas se fazem presentes em qualidade, não quantidade, afinal continuo comendo sozinho.

Mas poxa, estava aqui pensando. Porque raios ainda estou triste? Ou nessa condição de humor tão ruim?

Talvez seja a vida adulta me abraçando cada vez mais forte, ou o cheiro de chocolate caramelizado, chegando ao ponto de queima, aqui onde estou bebendo meu café. O fato é que já decidi não lutar contra.

Esse texto deve estar meio confuso, mas não é de se estranhar, afinal está tudo meio confuso. Parece que peguei tudo que sinto, coloquei num bowl, tempero com minha ansiedade e estou comendo à colheradas.

Ah, que se f**a também! Dias de chuva nessa cidade me deixam melodramático.
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Ps: geralmente registro os roles que me fazem escrever através do meu Instagram, então se quiserem entender melhor, basta abrir ele @lpdesousa enquanto lê, sempre tem uns stories e afins 🙂

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Escrito ao som de:

Só o cheiro já me deixa ouriçado

Acabo de tirar o primeiro gole. Revigorante como sempre.

Ainda são 14:38, de uma terça feira, mas posso afirmar que o dia foi cansativo e gratificante. Nesse momento estou sentado em uma cafeteria bem gostosa, a qual conheci em meus primeiros momentos nessa cidade sem amor, mas, de certa forma, começo a entender a força motriz que impulsiona essa máquina de amor e ódio.

Confesso que comecei o dia levando um belo presente nos ombros de algum passarinho do parque Vila Lobos, sendo sinal de boa sorte ou não, só percebi o feito quando estava prestes a ser entrevistado por uma firma bem legal daqui. Bom, no fim das contas, tudo correu bem, mas ainda assim, as vezes tem que respirar fundo para não se surtar às 07:30 da manhã.

Meu café já está esfriando.

Clima doido o dessa cidade. Sinto como se a cada amanhecer São Pedro tirasse na sorte o humor meteorológico diário. Algo assim.

Tem umas gotas de chocolate ao lado, algumas até derreteram por conta do calor da xícara. Sem sentido, apesar do bom chocolate.

Mais cedo no metrô, cruzei com uma pessoa que tinha um piercing no dedo. Confesso que não resisti e mandei foto para alguns amigos. Desses, somente um respondeu,  grande companheiro de risadas nas noites frias e que me rendeu ótimas risadas enquanto almoçava. Um beijo Eugene Sirigueijo, cuida desse dedo, hein.

Bom, no momento estou decidindo se peço um expresso de despedida, ou se continuo ouvindo o lixo mainstream que infelizmente compõe o ambiente do lugar.

Reafirmo, hoje o dia foi especialmente gratificante.

 

Escrito ao som de:

17°

Do outro lado do salão a suposta arte se mantém firme

Couro falso e o ‘portão do oeste’ completam a cena

Bairro nobre e mão de obra nem tanto assim

Ao embalo do trepidar das catracas sigo a observar.
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Erraram meu pedido e agora o amargo me fugiu ao paladar

A cafeteria é úmida e fria

Em certo ponto o arrependimento veio

Bom, só me resta o caminho de volta.
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Antes de sair confiro os bolsos, mania chata.

Essa brincadeira de gato e rato consegue ser pior.

A minha direita existe um ruído

Aquele copo de papel já não me aquece aquele como antes.

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Existe uma batalha silenciosa no ar. Consegue ouvir?

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https://youtu.be/ou-rVp6EbhM

Esses dias têm chovido bastante 

Em frente de casa, bolo de banana à minha esquerda, café à direita e celular em punho, esses últimos dias tem sido no mínimo desgastantes.

Sabe quando você senta, acende um cigarro, respira fundo e se pergunta “por quê?”, pois é, substitua esse cigarro por um café. Eis que estou aqui. Os últimos dias tem sido tão esquisitos que até vídeo do Pondé me peguei assistindo. “Ah, você não gosta do Pondé?”, sinceramente eu nem conheço, mas tenho certa antipatia do cara. Sem julgamentos, ok?

Ontem fiquei sem postar, o que me entristeceu mais ainda, mas se fosse para produzir uma fração de conteúdo com o clima mórbido que me acometera preferi ficar calado, afinal, a própria sabedoria popular certa vez decretou: muito ajuda quem não atrapalha.

Ontem um amigo propôs que tentasse exercitar uma certa blindagem psicológica a qual me explicou. Confesso que concordei com tudo que ele disse, simplesmente porque não havia força dentro de meu corpo para discordar. Tenho certeza que todos já passaram por isso.

“impotência”, por mais bobo que pareça esse termo, de fato ele faz sentido. Lembro que ouvi pela primeira vez em uma aula do Clóvis, sujeito que me agrada aos ouvidos, de forma até meio cômica. O mais engraçado é a forma que ele expõe essa perda ou ganho de potência. Basicamente quando menos potência, menos de você existe dentro de si mesmo, é como se estivesse morto por dentro, sabe? Inclusive esse termo “morto por dentro” parece lema de adolescente chato, estilo os emos em 2005.

Ah, esse texto está meio sem pé nem cabeça, então vou por um meme aqui no final para alegrar a nossa noite de terça. Mais tarde tem Masterchef, que inclusive I. vai me obrigar a assistir. Reclamo mas gosto muito de fazer essas coisas com ela, mesmo à distância.

Vou terminar meu café e segue um meme para  apreciação:

Escrito ao som de: Logic – 1-800-273-8255

O mundo é um moinho

Hoje acordei super tarde, vide último post para ver o motivo, e por alguma razão estou com essa ideia do título impressa em meu ser. Seria a depressão de domingo batendo mais cedo que o de costume?

Bem, não sou um grande conhecedor da música nacional, então não me envergonho de admitir que conheço apenas duas músicas do Cartola, mas ainda assim, sinto que cada uma delas toca de forma muito particular e complementar, dentro desse que vos escreve.

Enquanto fazia meu café, sentia o corpo anestesiado por essa ideia, pensando em quantas vezes já não havia sido vítima dessa força descomunal que o mundo já exercerá contra minhas vontades. Ainda estou me recompondo da última pancada, então esse pensamento faz tanto sentido que chega a entristecer. Afinal né sinto à beira de um abismo, figurativamente claro, onde não faço ideia qual rumo deva tomar.

Estou em frente de casa, meu companheiro de morada está na sala vendo um filme de ‘bang, bang’, precisei cortar a conversa com I. na metade e recusar uma das raras ligações de meu irmão, tudo isso para conseguir pegar no celular e simplesmente colocar pra fora essa melancolia que sobre minha pessoa se abateu.

Dias atrás I. comentará o quanto consigo escrever bem quando estou nesse estado mais melancólico do ser. Confesso que gosto quando as coisas fluem bem, mas odeio ficar nesse estado latente, afinal não faz bem para aqueles que estão a minha volta.

Café acabou e acho melhor buscar outra xícara, na verdade acho que vou buscar a garrafa e aproveitar esse final de tarde. Por vezes devo admitir que a melhor companhia é a de si mesmo, afinal, ajuda a sentir o gosto amargo que as situações vividas deixaram na na boca. As vezes dá até para aprender a apreciar essa sensação, diferenciando as nuances e evitando aquilo que é insuportável.
Escrito ao som de: Cartola – O mundo é um moinho

Guia do café: Métodos de extração (pt.1)

Final de tarde, hora de tomar aquela xícara de café quente, ou gelado, não é?

Aqui onde moro acabou de ser agraciado com um belo dia de chuva, e com o embalo desse clima aconchegante venho dar continuidade àquela séria de posts, dessa vez explanando, por alto, alguns métodos de extração.

Aconselho que leiam meu outro post sobre café, que introduz alguns cuidados que são fortemente aconselhados na hora de preparar uma xícara da bebida.

https://smokeinairplanes.wordpress.com/2017/09/22/6-passos-para-um-otimo-cafe/

 

Prensa Francesa

A prensa clássica proporciona uma excelente bebida. Simples e rápida, ela infunde a água e o café juntos; depois, o filtro de malha empurra o pó e o separa dos óleos essenciais e das partículas mais grossas, o que ainda resulta em uma textura particular, devido as partículas finas em suspensão na bebida. Devido a ausência de filtragem por gravidade ou pressão, seu tempo de infusão deve ser mais prolongado, variando de quatro a cinco minutos. Também aprecio a prensa francesa por possibilitar que se sirvam várias pessoas de forma de forma charmosa e elegante, afinal a própria cafeteira, assim como a Chemex, serve como jarra de serviço.

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Prensa Francesa

 

Filtro de Papel, pano, Chemex, V60.

A filtragem por meio de papel, ou pano, é sem dúvidas o método mais popular no Brasil, por ser limpo, descomplicado e consequentemente prático. Nele o pó fica disposto no equipamento de filtragem e logo em seguida é rapidamente infusionado com a água, resultando em uma bebida de corpo leve. Nele as partículas do pó são inteiramente separadas do líquido, ideal para quem se incomoda com a famosa “borra”.

É importante salientar a diferença entre a filtragem por papel e pano, por mais que seja sútil. A principal diferença se dá por conta dos micro furos que existem entre as malhas do tecido e os que são propositalmente feitos no papel, podendo variar dependendo da marca e modelo. Na prática os óleos essenciais conseguem atravessar com muito mais facilidade as tramas do tecido, enquanto no papel esse processo é mais difícil, não que seja inexistente. A presença ou não dos óleos tornam a bebida mais ou menos densa, chegando a ficar mais aveludada com óleos. Além de que alguns apreciam bastante o gosto residual que o próprio coador confere a bebida.

 

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Hario
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Chemex

 

Aeropress

Inventada em 2005, pelo engenheiro mecânico Alan Adler, o método vem se popularizando nas cafeterias ao redor do país. Rápida e higiênica, a AeroPress prepara desde cafés à moda de filtro até um mais forte e concentrado, que pode até mesmo ser diluído depois de pronto. Parece uma seringa gigante, de funcionamento bem simples. Nela o café é misturado com água fervida separadamente, é pressionado pelo êmbolo e extraído através de um filtro de papel que se encontra em sua base. A combinação de filtragem rápida e pressão, ajuda a extrair melhor os óleos essenciais e açúcares do café. Ao mesmo tempo, evita a extração prolongada da cafeína e de outros componentes que conferem amargor à bebida.

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AeroPress

 

Mocha ou Cafeteira Italiana

Conhecida por Moka Pot, Mocha ou Cafeteira Italiana, esse método funciona por pressão de vapor, o que confere uma textura muito semelhante a do expresso. Nesta cafeteira existem dois compartimentos que se comunicam por um filtro de metal perfurado, localizado na parte central. O café moído é colocado na parte superior, enquanto a água fica na parte inferior do equipamento. Coloca-se a cafeteira no fogo e, com o aquecimento, há a passagem da água sob pressão de vapor, para o compartimento superior, através do café. Indicado para aqueles que preferem uma bebida mais intensa ou preparo de bebidas lácteas.

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Cafeteira Italiana/ Mocha.

Bom, esses são somente alguns dos métodos, e logo menos posto a segunda parte com mais alguns. É importante ressaltar que usei como base, além do que aprendi nos últimos anos, os excelentes livros “O livro do Café – Publifolha” e o “Chefs: Café – Melhoramentos” para escrever esse post. Indico fortemente ambos os livros para aqueles que querem se aprofundar nos estudos do café.

 

Até a próxima.

 

Escrito ao som de: Post Malone – Congratulations ft. Quavo

 

A era do chafé!

Moe, infusiona, serve. Ficou bom? Hmm sim, mas está fraco!

Estou sentado em frente de casa, vendo o sol se pôr e tomando um café com queijo (combinação maravilhosa e que indico a todos) e pensando no quanto o gosto é uma construção social praticamente inquebrável.

Veja bem, por mais que a vida dê inúmeras voltas, grandes mudanças aconteçam, alguns aspectos se mantém firme, afinal eles definem cada um de nós. Dentro desse grupo de valores os hábitos alimentares são os mais difíceis de serem quebrados. Maior prova dessa teoria é aquela vontade louca de comer um prato da infância, ou simplesmente do tempero da mãe, ou  pai. Certamente existe uma grande dose de memória afetiva envolvida nesses desejos, mas se olharmos mais a fundo, nossos hábitos alimentares são derivações diretas daquilo que nos acompanhou durante nosso desenvolvimento, principalmente no que diz respeito à infância.

Tendo isso em vista, é muito comum nos deparamos com certos pré- conceitos, ou antipatias, tais como “aí, não como espinafre!” ou “odeio jiló”, e o mais engraçado é ver que as pessoas se quer experimentaram o alvo do pré-conceito, ou se fizeram foi a muitos anos durante a infância e simplesmente desistiram. É engraçado pensar nisso, ainda mais quando se leva em consideração de que o paladar está em constante desenvolvimento durante a vida.

Bom, tendo explicado isso, gostaria de deixar minha sincera revolta ao termo “chafé”, afinal estamos totalmente condicionados àqueles cafés demasiadamente amargos, mais escuro que uma noite em Gotham, e sem graça alguma, que muitos adoçam até parecer mel e aguentam tomar. O bom café não necessita agredir o palato e te deixar baforando notas queimadas por horas, isso sem falar na acidez elevada, um perigo para qualquer estômago mais sensível.

Então assim, não venham com essa de chafé pra cima daqueles que amam dividir esse prazer com amigos e família, ou mesmo conhecidos. Tem paladar pra tudo, mas de vez em quando não custa dar uma chance e entender que experiências transcendentais podem estar apenas uma xícara de distância.
Escrito ao som de: James Brown – The Playback

Introspecção

Domingo à noite, já sinto a melancolia à espreita.

Domingo, final de tarde, xícara com café em punhos e já começo a sentir aquela melancolia tomar conta do meu ser. Confesso que esse espaço só existe por conta desse sentimento contraditório, que vem como onda e subverte todo meu ser, deixando um gosto agridoce no paladar. Ou seria esse café com mel que estou tomando?

Bom, confesso que esse último suspiro do final de semana está sendo um tanto quanto prazeroso, apesar dos acontecidos (vide post anterior). 

Estava conversando com I. e em meio a nossa discussão, ela veio perguntar porque os derradeiros momentos do final de semana eram tão contraditórios. Não sei para vocês, mas para minha pessoa, sinto como se estivesse em meio a uma disputa, onde a anunciação da nova semana lutasse contra o ferido e experiente final de semana, onde a vitória seria recompensada com meu amor. Geralmente o nobre cavaleiro semanal vence e me faz ficar de molho em casa, recuperando forças para o que me espera no dia seguinte, mas vez ou outra, o experiente final de semana vence e me faz aventurar em alguma última farra, como quem se despede de um grande amigo. 

Sabe, quanto mais envelheço, mais nítida essa luta se torna.

Esse papo está bem abstrato mas imagino que não seja de impossível compreensão. Quando for mais tarde, certamente a melancolia irá se abater sobre esse que vos fala, aí elaboro um post mais leve, certamente cheio de memes, para finalizar essa domingueira.

(Blogar através do celular é muito ruim)

Escrito ao som de: Lazerhawk – So Far Away