Yaeji: te dedico.

 Tem dias que são feitos para serem vividos de forma mórbida.

Acompanhe comigo, hoje já rolou, preguiça, arrombamento de portão, nervosismo que me deixou com dor de cabeça, empurra empurra, chuva, café bom, ceviche ruim, lugarzinho comfy, bolo do caralho e o dia nem acabou. Ah, teve confirmação de um trampo que sempre sonhei.

Não estou sendo mal agradecido, até porque tenho pessoas maravilhosas ao meu lado, e posso afirmar que elas se fazem presentes em qualidade, não quantidade, afinal continuo comendo sozinho.

Mas poxa, estava aqui pensando. Porque raios ainda estou triste? Ou nessa condição de humor tão ruim?

Talvez seja a vida adulta me abraçando cada vez mais forte, ou o cheiro de chocolate caramelizado, chegando ao ponto de queima, aqui onde estou bebendo meu café. O fato é que já decidi não lutar contra.

Esse texto deve estar meio confuso, mas não é de se estranhar, afinal está tudo meio confuso. Parece que peguei tudo que sinto, coloquei num bowl, tempero com minha ansiedade e estou comendo à colheradas.

Ah, que se f**a também! Dias de chuva nessa cidade me deixam melodramático.
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Ps: geralmente registro os roles que me fazem escrever através do meu Instagram, então se quiserem entender melhor, basta abrir ele @lpdesousa enquanto lê, sempre tem uns stories e afins 🙂

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Escrito ao som de:

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Guia do café: Métodos de extração (pt.1)

Final de tarde, hora de tomar aquela xícara de café quente, ou gelado, não é?

Aqui onde moro acabou de ser agraciado com um belo dia de chuva, e com o embalo desse clima aconchegante venho dar continuidade àquela séria de posts, dessa vez explanando, por alto, alguns métodos de extração.

Aconselho que leiam meu outro post sobre café, que introduz alguns cuidados que são fortemente aconselhados na hora de preparar uma xícara da bebida.

https://smokeinairplanes.wordpress.com/2017/09/22/6-passos-para-um-otimo-cafe/

 

Prensa Francesa

A prensa clássica proporciona uma excelente bebida. Simples e rápida, ela infunde a água e o café juntos; depois, o filtro de malha empurra o pó e o separa dos óleos essenciais e das partículas mais grossas, o que ainda resulta em uma textura particular, devido as partículas finas em suspensão na bebida. Devido a ausência de filtragem por gravidade ou pressão, seu tempo de infusão deve ser mais prolongado, variando de quatro a cinco minutos. Também aprecio a prensa francesa por possibilitar que se sirvam várias pessoas de forma de forma charmosa e elegante, afinal a própria cafeteira, assim como a Chemex, serve como jarra de serviço.

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Prensa Francesa

 

Filtro de Papel, pano, Chemex, V60.

A filtragem por meio de papel, ou pano, é sem dúvidas o método mais popular no Brasil, por ser limpo, descomplicado e consequentemente prático. Nele o pó fica disposto no equipamento de filtragem e logo em seguida é rapidamente infusionado com a água, resultando em uma bebida de corpo leve. Nele as partículas do pó são inteiramente separadas do líquido, ideal para quem se incomoda com a famosa “borra”.

É importante salientar a diferença entre a filtragem por papel e pano, por mais que seja sútil. A principal diferença se dá por conta dos micro furos que existem entre as malhas do tecido e os que são propositalmente feitos no papel, podendo variar dependendo da marca e modelo. Na prática os óleos essenciais conseguem atravessar com muito mais facilidade as tramas do tecido, enquanto no papel esse processo é mais difícil, não que seja inexistente. A presença ou não dos óleos tornam a bebida mais ou menos densa, chegando a ficar mais aveludada com óleos. Além de que alguns apreciam bastante o gosto residual que o próprio coador confere a bebida.

 

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Hario
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Chemex

 

Aeropress

Inventada em 2005, pelo engenheiro mecânico Alan Adler, o método vem se popularizando nas cafeterias ao redor do país. Rápida e higiênica, a AeroPress prepara desde cafés à moda de filtro até um mais forte e concentrado, que pode até mesmo ser diluído depois de pronto. Parece uma seringa gigante, de funcionamento bem simples. Nela o café é misturado com água fervida separadamente, é pressionado pelo êmbolo e extraído através de um filtro de papel que se encontra em sua base. A combinação de filtragem rápida e pressão, ajuda a extrair melhor os óleos essenciais e açúcares do café. Ao mesmo tempo, evita a extração prolongada da cafeína e de outros componentes que conferem amargor à bebida.

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AeroPress

 

Mocha ou Cafeteira Italiana

Conhecida por Moka Pot, Mocha ou Cafeteira Italiana, esse método funciona por pressão de vapor, o que confere uma textura muito semelhante a do expresso. Nesta cafeteira existem dois compartimentos que se comunicam por um filtro de metal perfurado, localizado na parte central. O café moído é colocado na parte superior, enquanto a água fica na parte inferior do equipamento. Coloca-se a cafeteira no fogo e, com o aquecimento, há a passagem da água sob pressão de vapor, para o compartimento superior, através do café. Indicado para aqueles que preferem uma bebida mais intensa ou preparo de bebidas lácteas.

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Cafeteira Italiana/ Mocha.

Bom, esses são somente alguns dos métodos, e logo menos posto a segunda parte com mais alguns. É importante ressaltar que usei como base, além do que aprendi nos últimos anos, os excelentes livros “O livro do Café – Publifolha” e o “Chefs: Café – Melhoramentos” para escrever esse post. Indico fortemente ambos os livros para aqueles que querem se aprofundar nos estudos do café.

 

Até a próxima.

 

Escrito ao som de: Post Malone – Congratulations ft. Quavo

 

Memória fotográfica – comida

Estava aqui no job, sentado e observando a chuva chegar, quando de repente viajo para algumas boas memórias.

Estou com o celular em punhos para compartilhar este pequeno relato, e o mais engraçado é que um amigo de trabalho, chileno, não para de conectar um assunto atrás do outro. Confesso que precisei fugir daqui, mesmo que em pensamento.

Estava lembrando da casa de meus pais e outras situações, e do quando me divirto com pequenas coisas, seja brincando com um monte de temperos, ralando milho seco para polenta ou satisfazendo minha mania de organização.

Meu pai havia chegado com um saco cheio de milho de nossa fazenda. Porque? Não sei, ele é um sujeito impulsivo. Acabei guardando algumas espigas para testes. Bom, dias se passaram e em uma tarde de terça feira, quase noite na verdade, acabei me entretendo bastante com um teste para polenta que acabei executando. Ainda lembro muito bem do gosto adocicado daquela que foi a melhor polenta que já comi.

Foto tirada em Fevereiro de 2017
Coquetelaria também é uma grande paixão que alimento secretamente. A senhora minha mãe não é chegada em bebidas, mas aos poucos ela vai entendendo que por trás de cada garrafa existe uma bela história, com métodos de extração, tradição, trabalho árduo e muita paixão. A foto a baixo foi de um treinamento rápido que dei aqui para os colaboradores do trampo.

Foto tirada em Agosto de 2017
Ainda nessa pegada de bebidas, a foto a baixo foi tirada em um momento muito divertido do meu antigo Job, onde a barman da casa precisava de alguns ingredientes para a elaboração da nova carta de drinks, e embalado em meus estudos na área e conhecimento de cozinha, acabei elaborando um bitter de hibisco, que não saíram na foto. No momento em que tirei essa foto, estava prestes a tostar essas especiarias para liberar os olhos essenciais de casa uma. Ainda lembro da diversão e o cheiro que tomou conta de todo o estabelecimento.

Foto tirada em Junho de 2017

Minha relação com a cozinha foi construída essencialmente sob dois pilares, a curiosidade infantil que sempre me moveu e o carinho que tenho pela comida, vindo principalmente de minha mãe. Ainda lembro bem quando tinha por volta de meus 13 anos e ela me chamaram na cozinha, dizendo “filho, vou te ensinar a cozinhar, porque um dia vai ser de grande ajuda, principalmente quando estiver morando longe de casa”. Pois é mãe, quem diria que aquele pequeno momento, às onze da manhã de um dia qualquer perdido em 2007 mudaria tantas coisas por aqui.

Escrito ao som de: Skrillex & Poo Bear – Would You Ever