Pensamentos de uma magrudaga: ensaio para o que está por vir?

Esta tem sido uma noite bem agitada, não no sentido físico, mas sim no emocional da coisa.

Enquanto boa parte dos que me rodeiam no círculo das redes sociais estão levandando ao limite o termo sextou, não saí do aconchego de meu quarto, porém se engana caso pense que tive uma noite morna e sem sal. O que quero dizer, é que em meio a essa madrugada, minha vida foi ensaiando o próximo ato.

Entre conversar com amigos, familiares e namorada, atividades não muito profundas e aulas de filosofia em formato pocket, me sinto mais preparado para o que está por vir. 

Conversando com G., um grande amigo, foi levantada a idéia de que “a calmaria se torna esquisita, quando o caos e desordem são a base da normalidade”, e por mais óbvio que pareça, esse estralo representa muito bem o que vivo hoje. Não me sinto à vontade em largar meus problemas atuais, por mais nocivos que sejam, para me agarrar a esperança de uma nova situação. Confuso? É, eu sei.

Olhar para dentro de si mesmo e encontrar as ferramentas para interpretar o contexto em que está inserido, de fato é muito satisfatório, mesmo quando a resolução do conflito se mostra uma desanimadora.

Minha vida inteira se tratou de um ensaio para o momento que vivo hoje, entretanto me sinto tão preparado quanto um recruta que é mandado para a guerra sem treinamento algum.  O mais engraçado é que não importa a situação e o treinamento, nunca consegui encarar de frente o que me era imposto, passar por cima dos problemas como se não fossem grande coisa.

Veja nossos pais, os meus, os seus, certamente quando éramos mais novos e olhavamos para eles resolvendo todo tipo de problemas e impasses com tanta naturalidade, pensávamos que estava tudo sob controle, afinal eles eram como verdadeiros super-heróis que dormiam no quarto ao lado, mas conforme o tempo passa e começamos a mudar nossa ótica de mundo, passamos para o outro lado da situação, o de quem precisa resolver problemas espinhosos sem perder o rebolado. É cômico pensar que nossos pais já estiveram tão perdidos quanto nós!

Dentro de meu peito existe essa salada de sentimentos, a qual esse texto representa um mero adereço em todo o plano, mas acreditem, faz sentido para quem escreve. Lidar com variáveis que fogem totalmente do meu controle, e com verdadeiras provas de caráter, tem sido minha rotina nos últimos tempos, mas acredito que dias melhores estão por vir. Apesar de parecer um clichê de filme romântico.

Peço desculpas por todo esse nó 🙂

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Escrito ao som de: Kendrick Lamar – Alright

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Esses dias têm chovido bastante 

Em frente de casa, bolo de banana à minha esquerda, café à direita e celular em punho, esses últimos dias tem sido no mínimo desgastantes.

Sabe quando você senta, acende um cigarro, respira fundo e se pergunta “por quê?”, pois é, substitua esse cigarro por um café. Eis que estou aqui. Os últimos dias tem sido tão esquisitos que até vídeo do Pondé me peguei assistindo. “Ah, você não gosta do Pondé?”, sinceramente eu nem conheço, mas tenho certa antipatia do cara. Sem julgamentos, ok?

Ontem fiquei sem postar, o que me entristeceu mais ainda, mas se fosse para produzir uma fração de conteúdo com o clima mórbido que me acometera preferi ficar calado, afinal, a própria sabedoria popular certa vez decretou: muito ajuda quem não atrapalha.

Ontem um amigo propôs que tentasse exercitar uma certa blindagem psicológica a qual me explicou. Confesso que concordei com tudo que ele disse, simplesmente porque não havia força dentro de meu corpo para discordar. Tenho certeza que todos já passaram por isso.

“impotência”, por mais bobo que pareça esse termo, de fato ele faz sentido. Lembro que ouvi pela primeira vez em uma aula do Clóvis, sujeito que me agrada aos ouvidos, de forma até meio cômica. O mais engraçado é a forma que ele expõe essa perda ou ganho de potência. Basicamente quando menos potência, menos de você existe dentro de si mesmo, é como se estivesse morto por dentro, sabe? Inclusive esse termo “morto por dentro” parece lema de adolescente chato, estilo os emos em 2005.

Ah, esse texto está meio sem pé nem cabeça, então vou por um meme aqui no final para alegrar a nossa noite de terça. Mais tarde tem Masterchef, que inclusive I. vai me obrigar a assistir. Reclamo mas gosto muito de fazer essas coisas com ela, mesmo à distância.

Vou terminar meu café e segue um meme para  apreciação:

Escrito ao som de: Logic – 1-800-273-8255

Memória fotográfica – comida

Estava aqui no job, sentado e observando a chuva chegar, quando de repente viajo para algumas boas memórias.

Estou com o celular em punhos para compartilhar este pequeno relato, e o mais engraçado é que um amigo de trabalho, chileno, não para de conectar um assunto atrás do outro. Confesso que precisei fugir daqui, mesmo que em pensamento.

Estava lembrando da casa de meus pais e outras situações, e do quando me divirto com pequenas coisas, seja brincando com um monte de temperos, ralando milho seco para polenta ou satisfazendo minha mania de organização.

Meu pai havia chegado com um saco cheio de milho de nossa fazenda. Porque? Não sei, ele é um sujeito impulsivo. Acabei guardando algumas espigas para testes. Bom, dias se passaram e em uma tarde de terça feira, quase noite na verdade, acabei me entretendo bastante com um teste para polenta que acabei executando. Ainda lembro muito bem do gosto adocicado daquela que foi a melhor polenta que já comi.

Foto tirada em Fevereiro de 2017
Coquetelaria também é uma grande paixão que alimento secretamente. A senhora minha mãe não é chegada em bebidas, mas aos poucos ela vai entendendo que por trás de cada garrafa existe uma bela história, com métodos de extração, tradição, trabalho árduo e muita paixão. A foto a baixo foi de um treinamento rápido que dei aqui para os colaboradores do trampo.

Foto tirada em Agosto de 2017
Ainda nessa pegada de bebidas, a foto a baixo foi tirada em um momento muito divertido do meu antigo Job, onde a barman da casa precisava de alguns ingredientes para a elaboração da nova carta de drinks, e embalado em meus estudos na área e conhecimento de cozinha, acabei elaborando um bitter de hibisco, que não saíram na foto. No momento em que tirei essa foto, estava prestes a tostar essas especiarias para liberar os olhos essenciais de casa uma. Ainda lembro da diversão e o cheiro que tomou conta de todo o estabelecimento.

Foto tirada em Junho de 2017

Minha relação com a cozinha foi construída essencialmente sob dois pilares, a curiosidade infantil que sempre me moveu e o carinho que tenho pela comida, vindo principalmente de minha mãe. Ainda lembro bem quando tinha por volta de meus 13 anos e ela me chamaram na cozinha, dizendo “filho, vou te ensinar a cozinhar, porque um dia vai ser de grande ajuda, principalmente quando estiver morando longe de casa”. Pois é mãe, quem diria que aquele pequeno momento, às onze da manhã de um dia qualquer perdido em 2007 mudaria tantas coisas por aqui.

Escrito ao som de: Skrillex & Poo Bear – Would You Ever

A era do chafé!

Moe, infusiona, serve. Ficou bom? Hmm sim, mas está fraco!

Estou sentado em frente de casa, vendo o sol se pôr e tomando um café com queijo (combinação maravilhosa e que indico a todos) e pensando no quanto o gosto é uma construção social praticamente inquebrável.

Veja bem, por mais que a vida dê inúmeras voltas, grandes mudanças aconteçam, alguns aspectos se mantém firme, afinal eles definem cada um de nós. Dentro desse grupo de valores os hábitos alimentares são os mais difíceis de serem quebrados. Maior prova dessa teoria é aquela vontade louca de comer um prato da infância, ou simplesmente do tempero da mãe, ou  pai. Certamente existe uma grande dose de memória afetiva envolvida nesses desejos, mas se olharmos mais a fundo, nossos hábitos alimentares são derivações diretas daquilo que nos acompanhou durante nosso desenvolvimento, principalmente no que diz respeito à infância.

Tendo isso em vista, é muito comum nos deparamos com certos pré- conceitos, ou antipatias, tais como “aí, não como espinafre!” ou “odeio jiló”, e o mais engraçado é ver que as pessoas se quer experimentaram o alvo do pré-conceito, ou se fizeram foi a muitos anos durante a infância e simplesmente desistiram. É engraçado pensar nisso, ainda mais quando se leva em consideração de que o paladar está em constante desenvolvimento durante a vida.

Bom, tendo explicado isso, gostaria de deixar minha sincera revolta ao termo “chafé”, afinal estamos totalmente condicionados àqueles cafés demasiadamente amargos, mais escuro que uma noite em Gotham, e sem graça alguma, que muitos adoçam até parecer mel e aguentam tomar. O bom café não necessita agredir o palato e te deixar baforando notas queimadas por horas, isso sem falar na acidez elevada, um perigo para qualquer estômago mais sensível.

Então assim, não venham com essa de chafé pra cima daqueles que amam dividir esse prazer com amigos e família, ou mesmo conhecidos. Tem paladar pra tudo, mas de vez em quando não custa dar uma chance e entender que experiências transcendentais podem estar apenas uma xícara de distância.
Escrito ao som de: James Brown – The Playback