Saudosismo pamonhístico 

Wonderwall ao telefone, tarde nublada, olho através da janela e me sinto um personagem de “imagens Tumblr”.

Baboseiras à parte, essa tarde tem um clima mais gostoso do que as que vivi durante a última semana. Motivo? Bem, acho que provavelmente é porque me desprendi de alguns problemas e estou ouvindo música desde que acordei.

Parece que esse tempo a sós comigo mesmo, em meio ao caos que me rodeia está sendo bem gostoso de viver, afinal, estou sendo um mero espectador. Divertido pra cara$&#, admito.

Nesse momento vieram me entregar uma pamonha. Engraçado porque qualquer pamonha que eu não esteja envolvido no processo de fabricação, acho extremamente esquisito, afinal lá em casa, meu pai trazia um saco de milho e todos debruçavamos em torno daquele mundo de espigas. Eu odiava quando mais novo, afinal dava muito trabalho, mas hoje quando olho para trás, acho o máximo, afinal era um verdadeiro evento familiar, sabe.

Hoje, morando longe de casa, sinto muita saudades de tudo, até mesmo das partes mais difíceis e trabalhosas. Chega a ser engraçado como as coisas funcionam, afinal bem como às pamonhas, haviam muitas outras situações que me tiravam do sério anos atrás, mas conforme as coisas foram desenvolvendo, comecei a sentir falta ate mesmo de meus problemas do passado. Isso sim que é saudosismo, não acham?

Escrito ao som de: Mama – Blue Jonas

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Memória fotográfica – comida

Estava aqui no job, sentado e observando a chuva chegar, quando de repente viajo para algumas boas memórias.

Estou com o celular em punhos para compartilhar este pequeno relato, e o mais engraçado é que um amigo de trabalho, chileno, não para de conectar um assunto atrás do outro. Confesso que precisei fugir daqui, mesmo que em pensamento.

Estava lembrando da casa de meus pais e outras situações, e do quando me divirto com pequenas coisas, seja brincando com um monte de temperos, ralando milho seco para polenta ou satisfazendo minha mania de organização.

Meu pai havia chegado com um saco cheio de milho de nossa fazenda. Porque? Não sei, ele é um sujeito impulsivo. Acabei guardando algumas espigas para testes. Bom, dias se passaram e em uma tarde de terça feira, quase noite na verdade, acabei me entretendo bastante com um teste para polenta que acabei executando. Ainda lembro muito bem do gosto adocicado daquela que foi a melhor polenta que já comi.

Foto tirada em Fevereiro de 2017
Coquetelaria também é uma grande paixão que alimento secretamente. A senhora minha mãe não é chegada em bebidas, mas aos poucos ela vai entendendo que por trás de cada garrafa existe uma bela história, com métodos de extração, tradição, trabalho árduo e muita paixão. A foto a baixo foi de um treinamento rápido que dei aqui para os colaboradores do trampo.

Foto tirada em Agosto de 2017
Ainda nessa pegada de bebidas, a foto a baixo foi tirada em um momento muito divertido do meu antigo Job, onde a barman da casa precisava de alguns ingredientes para a elaboração da nova carta de drinks, e embalado em meus estudos na área e conhecimento de cozinha, acabei elaborando um bitter de hibisco, que não saíram na foto. No momento em que tirei essa foto, estava prestes a tostar essas especiarias para liberar os olhos essenciais de casa uma. Ainda lembro da diversão e o cheiro que tomou conta de todo o estabelecimento.

Foto tirada em Junho de 2017

Minha relação com a cozinha foi construída essencialmente sob dois pilares, a curiosidade infantil que sempre me moveu e o carinho que tenho pela comida, vindo principalmente de minha mãe. Ainda lembro bem quando tinha por volta de meus 13 anos e ela me chamaram na cozinha, dizendo “filho, vou te ensinar a cozinhar, porque um dia vai ser de grande ajuda, principalmente quando estiver morando longe de casa”. Pois é mãe, quem diria que aquele pequeno momento, às onze da manhã de um dia qualquer perdido em 2007 mudaria tantas coisas por aqui.

Escrito ao som de: Skrillex & Poo Bear – Would You Ever

DEVOLVE AÍ IRMÃO!

Se sair de casa sem celular me faz sentir nú, imagina só quando alguém começa a explorar minha intimidade móvel sem consentimento prévio, me sinto assediado!

Talvez assédio seja uma palavra meio forte, mas convenhamos, todos sentem aquela pontada no peito ao entregar o celular na mão do coleguinha para ele ver X, e quando você se dá conta ele está vendo Y, Z, perigando trombar até com aquele nude enterrado nos confins da bendita galeria de fotos.

Estava conversando com uma amiga, e papo vai papo vem, esse assunto acabou surgindo, logo minha cabeça começou a trabalhar nessa relação que existe entre intimidade x celular. Claro, existem dois tipos de pessoas, as que usam o aparelho como uma simples ferramenta, usada de vez em quando, e aqueles que usam o celular como um espécie de compilador de toda a sua vida, e gostaria de admitir que pertenço a esse segundo grupo, afinal se parar para pensar, boa parte da minha existência nos últimos meses está sintetizada naquele pequeno aparelho.

Sabe, não é como se tivesse recheado de gente nua e sexo selvagem, mas meu celular tem bons momentos de minha intimidade, tipo aquelas fotos da galera, marmanjos entre 21/24 anos, brincando em um parquinho em plena madrugada, ou foto de umas comidas feias que faço, fotos de minha família no cotidiano, prints de coisas bobas que vejo no Instagram e mais uma série de bobeiras que são importantes para minha pessoa, as quais se eu não estiver na vibe, vou proteger dos olhos alheios com unhas e dentes. Basicamente o que todo mundo faz, exceto a galera que é usuário ativo do Tinder.

 

Escrito ao som de: RICE BALLS – Pink Guy

Link: https://youtu.be/LeMVDuIO3J0