Já tem cerca de uma hora que estou aqui, curtindo a mim mesmo, conversando com meu irmão e fazendo o título desse texto valer.
Depois que saí de casa as coisas mudaram bastante, descobri que preciso ser feliz sozinho antes de tentar fazer outra pessoa feliz e esse tipo de coisa só veio depois de muito bater a cabeça.
O período que sucedeu minha saída do antro familiar, 2013, foi realmente bem desesperador, afinal era tudo novo, cidade, ‘amizades’, impulsos, vontades e problemas. O problema é que estava acostumado a resolver meus problemas sob uma metodologia específica, que certamente não se aplicava mais aos desafios daquela nova fase.
Depois de mudar de curso umas duas vezes – partindo para a terceira – um graduação e ao menos quatro cidades, em cerca de cinco anos percebi que tudo se foi, exceto eu mesmo. É como se a única constante em minha vida fosse eu mesmo, e por mais óbvio que pareça, é a única verdade.
Estou papeando com meu irmão a respeito e chega a ser engraçado ver ele passando por situações parecidas com as que vivi. Poxa, bate um filme na cabeça, seguido de uma reflexão até chegar ao presente. Pois bem, sei que ele vai conseguir, afinal é muito mais capaz do que eu.
Solidão é barra, mas não é o fim, sempre vai ter uma música boa, uma bebida barata e um pedaço de embutido pra te fazer companhia, acredite.
Se teu rolê for mais um rockzin, toma essa playlist então:
Cara, confesso que não vejo a hora de ver minha irmã, muito mais nova que eu e meu irmão, se virar sob as mesas condições que eu e ele vivemos.
2017 bateu com força pra caramba, espero que 2018 venha menos afoito.
Estava aqui, curtindo a preguiça no condado de meu q’uarto quando um colega veio perguntar sobre minhas resoluções para esse ano que se iniciou, bem como um apanhado dos principais pontos de virada desse ano maldito que se passou. Não sabia ao certo o que fazer, mas enquanto editava a Provinciana acabou aflorando uma certa vontade de falar através dos dedos, então eis que estou aqui, sentado em frente ao PC, pensando no rolezão que foi esse ano, enquanto Redbone toca ao fundo.
Não pretendo ser muito extenso, mas vale salientar o quanto comecei 2017 apreensivo, afinal estava voltando para a casa dos meus pais, no Pará, depois de quatro anos morando longe, no Rio Grande do Norte, e com um diploma de baixo do braço, mesmo que não fosse o que havia prometido conquistar durante a primeira despedida. Não sabia para onde correr ou mesmo o que fazer, afinal emprego está difícil, e eu não tinha grandes experiencias ou mesmo coragem suficiente para aceitar qualquer desafio de peito aberto, foco em “peito aberto”.
Em abril, depois de uma decisão tomada as pressas, decidi me mudar para o Distrito Federal. Fui morar com uma tia, mas logo arrumei meu próprio canto. Entre altos e baixos fiquei naquele lugar até o inicio de agosto. Posso resumir minha experiencia no DF em algumas palavras: ansiedade, descobertas, frustração e violência urbana. Vale ressaltar algumas outros por menores: arrumei emprego depois de cinco dias que cheguei a cidade, tive um chefe muito temperamental, relações familiares são difíceis e café com cozinha no final da tarde é uma ótima combinação.
Seguindo, em agosto me mudei a trabalho para o interior de Minas Gerais, e lá fiquei até o início de novembro. Analisando friamente foi o período mais sossegado desse ano, porém outros fatores que não eram o profissional estavam me enlouquecendo. Naquele lugar desenvolvi minha ansiedade de uma forma absurda, tanto que em algumas ocasiões as crises me deixavam com taquicardia e hiperventilação. Foi no cenário mais lindo que sofri os maiores danos pessoais. Bem, nesse período descobri a beleza de algumas cervejas e cafés daquela terra, além de queijos e doces maravilhosos. Foi engraçado ver uma cidade tão pequena e ao mesmo tempo tão rica e segura.
Novembro me trouxe a São Paulo, cidade da qual envio esse texto. No inicio do ano eu queria ter vindo a SP logo de cara, afinal eram daqui as empresas que sempre sonhei em trabalhar, entretanto precisou de uma verdadeira jornada para chegar a essas terras. O importante é que hoje trabalho em uma grande empresa e que até hoje engulo o choro quando levo esporro. Por aqui a comida é bem boa se souber onde procurar, e as pessoas tem um temperamento bem esquisito, ao qual acompanha uma facilidade para xingamentos. Nunca estive perto de tantas pessoas, mas ainda assim aqui é o lugar onde me sinto mais só. As crises de ansiedade vem com muita força dependendo dos acontecimentos e as dificuldades também são proporcionais ao tamanho dessa cidade, entretanto existe um certo encantamento nessas ruas, cafeterias e sotaque engraçado. Por enquanto eu vou segurado a barra.
Mesmo depois de tudo que já vivi durante esse ano, ou os outros quatro que morei no RN, ainda sinto muita saudades das coisas mais banais daquele lugar que chamo de casa. As vezes mudar tanto de cidades cria um certo desprendimento que dá a impressão que estamos ‘largados’ pelo mundo, o que não me faz muito bem.
Para 2018 eu não sei ao certo o que quero, até porque não acredito muito nessas resoluções, afinal para a maior parte das pessoas a vontade de faze-las cumprir se perde depois da segunda semana de janeiro. Em meu caso eu só queria um pouco de tranquilidade. Morar em uma só cidade, deixar a cabeça menos preocupada e ansiosa, trabalhar e parar de gerar preocupação para aqueles que se importam comigo.
Definitivamente deveria estar dormindo, ou ao menos escutando algo melhor do que a última música do Jaden Smith.
Hoje o dia no trabalho foi deveras cansativo e estressante, como de costume. Tenho cerca de dez dias na empresa e diariamente passo por situações de pura pressão, onde meus nervos são testados do momento que entro, até o minuto que saio. É como se estivessem tentando forjar diamantes ali dentro. O que não acho ruim, mas devo admitir, que o processo é muito penoso.
Sou confeiteiro, em inicio de carreira, mas que ainda assim já penei bastante em minha vida profissional. Acabei arrumando emprego em um lugar grande, com pessoas viajadas ao meu lado, média de idade de 25 anos, boa parte do time é muito comprometido e quem está a nossa frente é uma chef talentosa e muito exigente. Hoje mesmo ela me deu uns três puxões de orelha que doeram no fundo do peito, fora outras ocasiões em que, sem levantar a voz ou xingamento, quase me fez chorar. Exagero? Não! Conversando com amigos de trabalho, chegamos a essa conclusão, afinal todos já haviam passado por isso.
As vezes me pergunto “porque estou aqui?” afinal, existem momentos do meu dia em que questiono todas as decisões que me trouxeram até aqui. Talvez seja uma condição que acompanha o inicio de qualquer carreira, ou pode ser a solidão que me acompanha pelas ruas do Butantã, ou até mesmo o sentimento saudosista que acompanha certos elementos de minha vida que deixei para trás. De qualquer forma, sigo em frente, levando muita pressão e tentando segurar o rojão que eu mesmo inventei de acender.
Antes de ir gostaria de deixar registrado. Estava conversando com uma amiga essa semana, e fui explicar um pouco das dificuldades que todo cozinheiro acaba enfrentando, e não pude deixar de reparar no quanto ela ficou surpresa com o que disse. Amanhã pretendo fazer um post falando um pouco a respeito, acredito que vai resultar em algo legal : )
No mais, estou indo descansar, amanhã promete tanto quanto hoje.