Não sei se já sentiu isso, mas sabe àquela sensação esquisita que vem ao final de cada domingo? Um tipo de vazio sem razão, motivado por qualquer coisa, melancólico e que só passa na segunda de manhã? Pois é, eis que mais uma vez ele me traz até aqui.
É interessante notar o quanto pode ser subjetiva essa percepção, até quando eu mesmo sou o referencial. Todo domingo me pego vivendo esse sentimento agridoce. Tem períodos que vem embalado por uma percepção saudosista, outros chega travestido de solidão, ou as vezes, o que traz é a sensação de tudo estar fora do lugar.
Quando olho para trás percebo o quanto algumas coisa mudaram, em contra partida outras só trocam de roupa. Quando mais novo também sentia assim nas derradeiras horas do domingo, ou primeiras da segunda. O motivo, como já disse, variava, mas seguia firme. Teve a época de escola, rodeado de familiares e amigos, então veio a faculdade, com menos amigos e nenhum familiar, e os problemas da vida “adulta”. Então teve o trabalho, árduo. Depois veio outra graduação, estágio, novas percepções e uma disposição mais bem trabalhada. As coisas sempre mudaram, algumas vezes em excesso, mas o domingo sempre foi igual.
Quem sabe o que isso pode significar? Talvez seja somente uma forma de me sentir mais humano, ou de me destruir um pouco mais depressa. Seja como for, amanhã tudo vai ter passado e o corre continua.
A leitura faz mais sentido se ouvir isto.