Domingo à noite.

Não sei se já sentiu isso, mas sabe àquela sensação esquisita que vem ao final de cada domingo? Um tipo de vazio sem razão, motivado por qualquer coisa, melancólico e que só passa na segunda de manhã? Pois é, eis que mais uma vez ele me traz até aqui.

É interessante notar o quanto pode ser subjetiva essa percepção, até quando eu mesmo sou o referencial. Todo domingo me pego vivendo esse sentimento agridoce. Tem períodos que vem embalado por uma percepção saudosista, outros chega travestido de solidão, ou as vezes, o que traz é a sensação de tudo estar fora do lugar.

Quando olho para trás percebo o quanto algumas coisa mudaram, em contra partida  outras só trocam de roupa. Quando mais novo também sentia assim nas derradeiras horas do domingo, ou primeiras da segunda. O motivo, como já disse, variava, mas seguia firme. Teve a época de escola, rodeado de familiares e amigos, então veio a faculdade, com menos amigos e nenhum familiar, e os problemas da vida “adulta”. Então teve o trabalho, árduo. Depois veio outra graduação, estágio, novas percepções e uma disposição mais bem trabalhada. As coisas sempre mudaram, algumas vezes em excesso, mas o domingo sempre foi igual.

Quem sabe o que isso pode significar?  Talvez seja somente uma forma de me sentir mais humano, ou de me destruir um pouco mais depressa. Seja como for, amanhã tudo vai ter passado e o corre continua.

 

A leitura faz mais sentido se ouvir isto.

 

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Brisa, mine e teimosia.

Diferente de muitos outros dias, hoje me sinto bem.

Já é corriqueiro começar um texto com esse dizer, mas ‘desde a última vez que vim a esse pequeno espaço, as coisas mudaram tanto’. Também pudera, não é a toa que mudei tanto nos últimos anos, sabe. Sinto uma especie de inquietude muito grande quando olho pra dentro do meu ser e me divido por camadas. Profissional, amorosa, social, física, regional…

Nos últimos tempos uma pessoa entrou em minha vida e acabou me fazendo sentir totalmente pleno com a camada amorosa que me faz parte de mim.

Sabe qual o mais irônico? ‘I.’ Aquela pequena é muito cabeça dura! Acreditam que ela está emburrada porque me recusei a fazer o que mandava? Hahaha adoro essas nossas briguinhas bobas, e sei que ela também gosta.

Quando enviar isso aqui pra ela mesma revisar, certamente vai começar a rir, afinal conheço bem a namorada que tenho. “E não meu amor, esse não é aquele texto enaltecendo todo seu esplendor, que me coagiu a fazer”.

Tem uma brisa tão gostosa entrando pela fresta da janela atrás de mim, lá fora o vizinho ouve um funk bem caricato, aqui dentro ouço “Mine – Bazzi”, e por mais que tenha se transformado em um meme sonoro, gosto bastante da batidinha e fluxo que essa música traz consigo.

(celular vibra)

Mensagem de I. retrucando o porque de ainda não ter feito o que ela mandou.

Respondo que estou escrevendo de bom grado e ouvindo música.

Ainda assim ela bate o pé.

Minha teimosa é uma peça.

Ah, vocês sabem que certamente vou sumir por um bom tempo, mas eventualmente acabarei aparecendo por aqui, até lá, vamos seguindo.

Ah, troquei de emprego e área de atuação, mas isso é conversa pra uma dia que eu estiver triste, por enquanto quero aproveitar a namorada que tenho e nossas brigas de mentirinha que me fazem rir pra caramba.

I, você me da forças.

 

2017 + 1

2017 bateu com força pra caramba, espero que 2018 venha menos afoito.

Estava aqui, curtindo a preguiça no condado de meu q’uarto quando um colega veio perguntar sobre minhas resoluções para esse ano que se iniciou, bem como um apanhado dos principais pontos de virada desse ano maldito que se passou. Não sabia ao certo o que fazer, mas enquanto editava a Provinciana acabou aflorando uma certa vontade de falar através dos dedos, então eis que estou aqui, sentado em frente ao PC, pensando no rolezão que foi esse ano, enquanto Redbone toca ao fundo.

Não pretendo ser muito extenso, mas vale salientar o quanto comecei 2017 apreensivo, afinal estava voltando para a casa dos meus pais, no Pará, depois de quatro anos morando longe, no Rio Grande do Norte, e com um diploma de baixo do braço, mesmo que não fosse o que havia prometido conquistar durante a primeira despedida. Não sabia para onde correr ou mesmo o que fazer, afinal emprego está difícil, e eu não tinha grandes experiencias ou mesmo coragem suficiente para aceitar qualquer desafio de peito aberto, foco em “peito aberto”.

Em abril, depois de uma decisão tomada as pressas, decidi me mudar para o Distrito Federal. Fui morar com uma tia, mas logo arrumei meu próprio canto. Entre altos e baixos fiquei naquele lugar até o inicio de agosto. Posso resumir minha experiencia no DF em algumas palavras: ansiedade, descobertas, frustração e violência urbana. Vale ressaltar algumas outros por menores: arrumei emprego depois de cinco dias que cheguei a cidade, tive um chefe muito temperamental, relações familiares são difíceis e café com cozinha no final da tarde é uma ótima combinação.

Seguindo, em agosto me mudei a trabalho para o interior de Minas Gerais, e lá fiquei até o início de novembro. Analisando friamente foi o período mais sossegado desse ano, porém outros fatores que não eram o profissional estavam me enlouquecendo. Naquele lugar desenvolvi minha ansiedade de uma forma absurda, tanto que em algumas ocasiões as crises me deixavam com taquicardia e hiperventilação. Foi no cenário mais lindo que sofri os maiores danos pessoais. Bem, nesse período descobri a beleza de algumas cervejas e cafés daquela terra, além de queijos e doces maravilhosos. Foi engraçado ver uma cidade tão pequena e ao mesmo tempo tão rica e segura.

Novembro me trouxe a São Paulo, cidade da qual envio esse texto. No inicio do ano eu queria ter vindo a SP logo de cara, afinal eram daqui as empresas que sempre sonhei em trabalhar, entretanto precisou de uma verdadeira jornada para chegar a essas terras. O importante é que hoje trabalho em uma grande empresa e que até hoje engulo o choro quando levo esporro. Por aqui a comida é bem boa se souber onde procurar, e as pessoas tem um temperamento bem esquisito, ao qual acompanha uma facilidade para xingamentos. Nunca estive perto de tantas pessoas, mas ainda assim aqui é o lugar onde me sinto mais só. As crises de ansiedade vem com muita força dependendo dos acontecimentos e as dificuldades também são proporcionais ao tamanho dessa cidade, entretanto existe um certo encantamento nessas ruas, cafeterias e sotaque engraçado. Por enquanto eu vou segurado a barra.

Mesmo depois de tudo que já vivi durante esse ano, ou os outros quatro que morei no RN, ainda sinto muita saudades das coisas mais banais daquele lugar que chamo de casa. As vezes mudar tanto de cidades cria um certo desprendimento que dá a impressão que estamos ‘largados’ pelo mundo, o que não me faz muito bem.

Para 2018 eu não sei ao certo o que quero, até porque não acredito muito nessas resoluções, afinal para a maior parte das pessoas a vontade de faze-las cumprir se perde depois da segunda semana de janeiro. Em meu caso eu só queria um pouco de tranquilidade. Morar em uma só cidade, deixar a cabeça menos preocupada e ansiosa, trabalhar e parar de gerar preocupação para aqueles que se importam comigo.

Pois é, vamo aí.

 

Escrito ao som de:

 

A vontade de ser diferente e a volta pra casa.

Tem uns dias que abro essa página em branco com muitas vontades e planos para passar para o papel, entretanto é uma enxurrada de sentimentos que me deixam sem ação e acabo por passar a madrugada inteira vagando por essa internet de meu deus.

Sabe, desde que sai do trabalho mais cedo, estava com muita vontade de fazer meus dedos correrem pelo teclado, então assim que pude agarrei o PC e cá estou, transformando esse ‘sabe-se lá o que’ que estou sentindo em algo que não faço ideia.

Ultimamente minha vontade de escrever aflora muito quando ando de ônibus. Talvez seja por conta da condição de observador e da sucessão de contatos, instantaneamente firmados e desfeitos com o que se passa ao meu redor. A parte triste é que muito se perde, por conta da minha preguiça de sacar o celular e ficar digitando aos embalos dos solavancos de minha carruagem.

Veja bem, mais cedo estava sentado próximo ao motorista, ouvindo Rae Sremmurd no último volume e comendo o combo da quinta feira do MC, o glorioso Cheedar McMelt, que em minha opinião é o maior acerto do palhaço. Estava lá me remexendo ao som da música e pensando o quanto essa mistura de hiphop com fastfood combinava. É como se ambos os lados representassem grandes expoentes da industria em seus respectivos campos, e somado isso a uma cultura urbana meio poop de internet, parece que temos uma espécie de casamento, muito bem sucedido, diga-se de passagem.

Mais a frente me deparo com um senhor, empunhando uma latinha de skol na mão, em posição que se assemelhava muito a minha, então logo imaginei que estava saindo de seu respectivo trampo (paulista fells). Logo lembrei de algumas coisas que já presenciei e do quanto as pessoas gostam de se entorpecer, principalmente em grandes centros. O mais curioso é que em minha cabeça, parte dessa vontade vem do trabalho; maior ditador de ritmo de vida que conheci.

Ah! Lembrei também de outra ocasião. O caso do hotel motel! Confuso? Deixa que explico. Acontece que em um dos caminhos que uso para chegar em casa existe esse prédio escuro com apenas um letreiro luminoso pequeno e em vermelho bem vivo escrito algo que até hoje não consegui entender se é “hotel” ou “motel”. A primeira letra é´feita de um jeito meio esquisito, o que deixa a compreensão bem confusa. Algum dia eu chego a uma conclusão quanto a esse letreiro (risos).

Bem, já estou perdendo o foco nesse texto, então melhor deixar para compartilhar novos relatos da filosofia do busão nas próximas noites, ou não, sei lá. Agora eu vou ali fingir que me divirto às custas de algumas horas de sono.

 

Até mais.

A imagem é meramente ilustrativa (?)

 

Escrito ao som de:

 

Nada mal para uma quinta feira.

Acabo de chegar em casa. Só consegui tomar banho e fazer ago quente pra beber. Fiz questão de vir o mais rápido possível para o computador porque estou feliz. Para não parecer que minha vida é deprimente e etc, venho por meio deste explanar um pouco das razoes de minha felicidade.

Primeiramente acredito que estar feliz vem muito das pequenas coisas que deixam aquele gosto de quero mais, dito isso, vamos lá.

Geralmente prefiro escrever sobre felicidade, mas nos últimos tempos venho passando por momentos bem difíceis, e foi com esse pensamento que levantei, peguei o busão 775V – 10 e me pus a caminho do trampo. Reclamei o caminho inteiro no ouvido de I, que como de costume me escuta, apoia e incentiva sempre, mas mesmo assim cheguei em clima meio fúnebre ao trabalho.

Meu relógio de ponto está quebrado a três dias, o que já me parecia uma espécie de mau presságio, mas no final das contas, cheguei a confeitaria do restaurante que  humildemente exerço minhas funções. Logo de cara dois colegas de trabalho conversaram comigo e queriam saber como estava. Essas pequenas demonstrações de afeto me conquistam demais, sabe.

Bem, me coloquei a trabalhar e logo me peguei nadando, gíria de cozinha que usamos para designar aqueles que estão atolados em trabalho. Isso porque hoje iria rolar um evento para 850 pessoas na casa, o que estava me tirando o sono há alguns dias.

Depois de meu intervalo senti que o bicho ia pegar, afinal as coisas iriam acontecer a partir daquele momento. Tivemos um briefing e tudo foi alinhado. O evento começou e meu medo começou a passar, por mais que estivesse acelerando a cada minuto que passava. No final das contas não trabalhei menos que o de costume, na verdade trabalhei bem mais, mas a organização, atenção e principalmente medo de errar, fizeram dessa experiencia algo muito satisfatório.

O serviço foi entregue, não houve gritos, pressão muito menos dificuldades, só rolou trabalho duro e entregamos o que foi proposto. No final ainda tivemos um momento de alívio durante o serviço, onde o chef trouxe cerveja para todos e brindamos o sucesso de mais um evento.

Amanhã tem mais e certamente será muito mais complicado que hoje, mas tudo bem, estou feliz.

🙂

 

Escrito ao som de:

 

(a música é triste mas adoro ela)

Melancias

Você é como uma daquelas F1000, que vai abarrotada de melancia do interior até a feira.

Lopes, J.

Todas as noites chego em casa: inicio da madrugada, corpo doendo, moral baixa e cabeça fresca. Tomo banho, faço um chá, Earl Grey, meu preferido, pego algo para beliscar e ali enveredo madrugada a dentro, debulhando tudo que vivi nas últimas horas e como devo proceder daquele momento em diante.

O problema desse tipo de rotina é que se abre muito espaço para pensar e sentir, enquanto a parte do ‘viver’ em si, fica um tanto quanto apagada, e acaba sendo adiada para os dias de folga. No meu caso ‘o’ dia de folga.

O viver do dia a dia dói de mais.

A vida durante a ‘semana’ tem muito a ver com deixar de viver. Colocar tudo de lado e simplesmente agir de forma robótica, rápida e eficiente.  Um amigo disse “pense em nossos pais, no quanto eles se dedicaram, lutaram e tiveram que superar os próprios desafios em prol da própria sobrevivência, fugir da real possibilidade da fome. Hoje, você, eu e tantos outros, não temos essas preocupações, não estamos lutando para fugir da fome, ou desamparo, estamos atrás de satisfação por meio da consciência que carregamos”. E completou “imagine nossos pais, sentados em um psicólogo, fazendo o exercício mental de imaginar o quanto aproveitaram a vida e se sentiram pessoalmente realizados. Seria a coisa mais deprimente do mundo”.

Levar as coisas de forma consciente não é fácil e muitas vezes se torna algo doloroso, afinal fica mais difícil não sentir o real peso dos desafios, é como se nada fosse relevado, porém ainda acho que é a forma certa de se levar a vida. É como uma evolução, sabe.

O que me faz voltar ao inicio do texto, àquela parte de ser uma caminhonete que faz transporte improvisado. Veja, cada um de nós carrega um peso, onde dependendo da fase da vida que esteja passando, essa carga é de mais e deixa os eixos tortos, fazendo a viagem mais demorada e penosa. Dá para aguentar, mas tudo fica mais difícil. As vezes algo quebra por conta do esforço, mas não dá pra ficar parado. Ontem eu quebrei, e hoje precisava estar operando, levando minhas melancias. A solução para evitar situações como essa é reforçar os eixos, e para isso cada um lança mão de uma série de medidas.

Geralmente todas as precauções passam por ao menos um desses dois pontos: “amparo” ou “vontade”. Onde muitos buscam forças por meio do amparo na fé, crença ou código moral, e outros se veem tirando forças das próprias vontades, ambições e metas. Particularmente sou um sujeito mais apegado ao segundo tipo de fortalecimento, fazendo disso minha luz particular, que me guia e dá forças para suportar os desafios e roubadas que me meto.

Todos possuem algo que serve de combustível ou blindagem para seguir em frente, eu, você, o amigo que me ajudou ontem, ao qual dedico esse texto, e até mesmo o seu Adamastor, que está ao volante da F1000, todos tem uma luz guia. Entretanto o mais importante é ressaltar que as luzes são trocadas constantemente, até o dia em que se encontra uma que nunca vai apagar.

 

Obrigado J.

 

Escrito ao som de:

Hoje (?)

Hoje cedo levantei da cama com uma certeza “se for tão ruim quanto ontem, desisto”

Bem, só eu sei o quanto a vida tem batido forte, mas não leia com tom de vitimismo, afinal estou colhendo os frutos do que plantei, entretanto, o maior problema é que nem sempre estamos prontos para abraçar as consequências de nossas escolhas, por mais que elas sejam de nossa consciência.

É sentado, de pernas cruzadas, debruçado sobre esse teclado, que me pego pensando na versão perfeita que criei de mim mesmo, uma espécie de existência transcendental, inabalável e inalcançável, onde não existe cansaço, insegurança ou pressão social que me alcance. Um verdadeiro Übermensch do século 2000+17.

Porque estou falando disso, algo tão confuso? É que na atual organização das coisas, me pego desapontado comigo mesmo, em não aguentar lidar com as responsabilidades, exigências e compromissos que me são jogados na cara. É como se os desafios de cada dia fizessem redescobrir a minha própria humanidade, frágil, pequena e muito insegura.

Quanto ao meu dia? Bem, digamos que ainda não desisti.

Entretanto devo ressaltar o quanto algumas palavras podem fazer a diferença. Em um mesmo dia levei muitos tapas verbais, que bagunçaram totalmente meu eixo,  e outros que acabaram me fazendo dar mais uma chance, tolerar e tentar de novo.

Certa vez ouvi falar “não generalize seus problemas!”, mas acredito que não seja o caso, afinal todos acabam passando por momentos similares. É a jornada do heróis sendo posta a prova na vida real, onde flertamos com todo tipo de decisão, mas que no fim sempre tentamos de novo, um pouco mais forte.

 

Escrito ao som de:

O réquiem de um dia como qualquer outro

Definitivamente deveria estar dormindo, ou ao menos escutando algo melhor do que a última música do Jaden Smith.

Hoje o dia no trabalho foi deveras cansativo e estressante, como de costume. Tenho cerca de dez dias na empresa e diariamente passo por situações de pura pressão, onde meus nervos são testados do momento que entro, até o minuto que saio. É como se estivessem tentando forjar diamantes ali dentro. O que não acho ruim, mas devo admitir, que o processo é muito penoso.

Sou confeiteiro, em inicio de carreira, mas que ainda assim já penei bastante em minha vida profissional. Acabei arrumando emprego em um lugar grande, com pessoas viajadas ao meu lado, média de idade de 25 anos, boa parte do time é muito comprometido e quem está a nossa frente é uma chef talentosa e muito exigente. Hoje mesmo ela me deu uns três puxões de orelha que doeram no fundo do peito, fora outras ocasiões em que, sem levantar a voz ou xingamento, quase me fez chorar. Exagero? Não! Conversando com amigos de trabalho, chegamos a essa conclusão, afinal todos já haviam passado por isso.

As vezes me pergunto “porque estou aqui?” afinal, existem momentos do meu dia em que questiono todas as decisões que me trouxeram até aqui. Talvez seja uma condição que acompanha o inicio de qualquer carreira, ou pode ser a solidão que me acompanha pelas ruas do Butantã, ou até mesmo o sentimento saudosista que acompanha certos elementos de minha vida que deixei para trás. De qualquer forma, sigo em frente, levando muita pressão e tentando segurar o rojão que eu mesmo inventei de acender.

Antes de ir gostaria de deixar registrado. Estava conversando com uma amiga essa semana, e fui explicar um pouco das dificuldades que todo cozinheiro acaba enfrentando, e não pude deixar de reparar no quanto ela ficou surpresa com o que disse. Amanhã pretendo fazer um post falando um pouco a respeito, acredito que vai resultar em algo legal  : )

No mais, estou indo descansar, amanhã promete tanto quanto hoje.

Escrito ao som de:

 

Saudosismo pamonhístico 

Wonderwall ao telefone, tarde nublada, olho através da janela e me sinto um personagem de “imagens Tumblr”.

Baboseiras à parte, essa tarde tem um clima mais gostoso do que as que vivi durante a última semana. Motivo? Bem, acho que provavelmente é porque me desprendi de alguns problemas e estou ouvindo música desde que acordei.

Parece que esse tempo a sós comigo mesmo, em meio ao caos que me rodeia está sendo bem gostoso de viver, afinal, estou sendo um mero espectador. Divertido pra cara$&#, admito.

Nesse momento vieram me entregar uma pamonha. Engraçado porque qualquer pamonha que eu não esteja envolvido no processo de fabricação, acho extremamente esquisito, afinal lá em casa, meu pai trazia um saco de milho e todos debruçavamos em torno daquele mundo de espigas. Eu odiava quando mais novo, afinal dava muito trabalho, mas hoje quando olho para trás, acho o máximo, afinal era um verdadeiro evento familiar, sabe.

Hoje, morando longe de casa, sinto muita saudades de tudo, até mesmo das partes mais difíceis e trabalhosas. Chega a ser engraçado como as coisas funcionam, afinal bem como às pamonhas, haviam muitas outras situações que me tiravam do sério anos atrás, mas conforme as coisas foram desenvolvendo, comecei a sentir falta ate mesmo de meus problemas do passado. Isso sim que é saudosismo, não acham?

Escrito ao som de: Mama – Blue Jonas

O mundo é um moinho

Hoje acordei super tarde, vide último post para ver o motivo, e por alguma razão estou com essa ideia do título impressa em meu ser. Seria a depressão de domingo batendo mais cedo que o de costume?

Bem, não sou um grande conhecedor da música nacional, então não me envergonho de admitir que conheço apenas duas músicas do Cartola, mas ainda assim, sinto que cada uma delas toca de forma muito particular e complementar, dentro desse que vos escreve.

Enquanto fazia meu café, sentia o corpo anestesiado por essa ideia, pensando em quantas vezes já não havia sido vítima dessa força descomunal que o mundo já exercerá contra minhas vontades. Ainda estou me recompondo da última pancada, então esse pensamento faz tanto sentido que chega a entristecer. Afinal né sinto à beira de um abismo, figurativamente claro, onde não faço ideia qual rumo deva tomar.

Estou em frente de casa, meu companheiro de morada está na sala vendo um filme de ‘bang, bang’, precisei cortar a conversa com I. na metade e recusar uma das raras ligações de meu irmão, tudo isso para conseguir pegar no celular e simplesmente colocar pra fora essa melancolia que sobre minha pessoa se abateu.

Dias atrás I. comentará o quanto consigo escrever bem quando estou nesse estado mais melancólico do ser. Confesso que gosto quando as coisas fluem bem, mas odeio ficar nesse estado latente, afinal não faz bem para aqueles que estão a minha volta.

Café acabou e acho melhor buscar outra xícara, na verdade acho que vou buscar a garrafa e aproveitar esse final de tarde. Por vezes devo admitir que a melhor companhia é a de si mesmo, afinal, ajuda a sentir o gosto amargo que as situações vividas deixaram na na boca. As vezes dá até para aprender a apreciar essa sensação, diferenciando as nuances e evitando aquilo que é insuportável.
Escrito ao som de: Cartola – O mundo é um moinho